
Madeira talhada, policromada e dourada, 75 cm diâmetro, Museu de Arte Sacra de São Paulo
A pomba branca, símbolo do Espírito Santo para os cristãos, é representada frontalmente, com as asas abertas e as patas unidas, como se estivesse em vôo. As penas são tratadas como escamas levemente talhadas em relevo no corpo da pomba, e exibem uma coloração branco-sujo (também conhecida como “off-white”), provavelmente devido à antiguidade da peça.
A pomba repousa sobre uma superfície cuja forma lembra um semicírculo um tanto alongado, parecendo-se com um escudo heráldico. Isto talvez se deva à intenção do artista de acomodar a linha imaginária que une a ponta de uma asa à outra, acima da cabeça da pomba (uma reta) com o espaço no qual está o segmento inferior do corpo da pomba, o qual é delimitado por uma curva elíptica, formando assim a figura que se parece com o escudo, o qual é revestido de espirais talhadas à maneira de rocalhas (ornamento comum nas obras de arte do período), pintadas com uma coloração brônzea, a qual talvez seja vestígio de uma douração original.
Em volta do “escudo”, formando uma circunferência que o engloba, situam-se raios irregulares, com vestígios de douração, os quais podem representar tanto os raios do Sol como as línguas de fogo enviadas pelo Espírito Santo a Maria e aos apóstolos no dia de Pentecostes.
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